quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Comida e bebida na praia: todo cuidado é pouco

Por Adriana Bifulco

Ir à praia é muito bom, especialmente durante o verão. Mas além do sol, das ondas e do batepapo, sempre rolam os salgadinhos, a água de coco e a cerveja à beira-mar. É nesse momento que se deve ter cuidado redobrado.
Isso porque o calor – na praia a temperatura costuma ultrapassar os 30ºC – e a umidade favorecem a proliferação de bactérias. Por isso, não é aconselhável consumir alimentos que levam maionese, ovo, molhos, queijo e camarão, que não podem ficar muito tempo sem refrigeração.
É melhor levar alimentos de casa, acondicionados em caixas de isopor ou bolsas térmicas. Dê preferência às frutas – exceto as cítricas (figo, limão, abacaxi, mamão, laranja, manga) cujo sumo, em contato com a pele, pode provocar manchas sob o sol e os legumes (pepino, tomate, cenoura e salsão). Para facilitar a vida, é bom levá-los já lavados e cortados.
Os lanches naturais também matam a fome e impedem que você e sua família acabem ingerindo alimentos contaminados. Prepare sanduíches com cenoura ralada e peito de peru. E se for impossível resistir à famosa espiga de milho, contente-se em colocar apenas um pouco de sal sobre ela e esqueça a manteiga, que deve ser mantida sob refrigeração e, obviamente, não é o que acontece na praia.
O alerta também vale para a hora de matar a sede. De acordo com o biomédico Roberto Figueiredo, o doutor Bactéria, é preciso dar preferência aos copos descartáveis – que devem ser destruídos após o uso – e aos canudos embalados um a um pelo fabricante. Depois de tomar o suco ou o refrigerante, dê um nó neles para impedir que sejam reutilizados.
GELO – Trata-se de uma fonte de contaminação externa de latas, outras embalagens e também dos cocos. Inadvertidamente, os vendedores manipulam as embalagens nos isopores e, na seqüência, também mexem com dinheiro. De acordo com pesquisa encomendada pela Associação Brasileira de Alumínio (Abal) ao Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea), do Instituto de Tecnologia de Alimentos de São Paulo), no gelo utilizado para o resfriamento de bebidas e manipulado pelos ambulantes, costuma haver níveis de contaminação de organismos aeróbios mesófilos, bolores e leveduras acima de 50 unidades formadoras de colônia por centímetro quadrado (ufc/cm2), índice superior ao considerado aceitável pela Organização Pan-Americana de Saúde.
Outro vilão da estação quente é o queijo coalho. Além de não serem mantidos sob refrigeração, os pedaços são assados em latas de tinta, o que é tóxico à saúde.

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