sábado, 2 de maio de 2009

Marcos Leiros: o jornalista que celebrava a vida

A primeira notícia que tive de Marcos Leiros em minha vida foi através de uma nota de jornal. Falava de seu aniversário. E a última também veio através da imprensa: no e-mail, um link para a notícia de seu falecimento, vítima de um acidente de moto. No intervalo entre a palavra da vida e a palavra da morte, tive a oportunidade de conhecer essa pessoa tão rara.
Mesmo sabendo a morte um presente da vida, ela assusta com suas chegadas intempestivas, sem aviso nem hora. Mas é um sinal da presença de Deus em nós e ao nosso redor. Recuso-me, hoje, a ficar triste. Porque o sinal da presença de Marco em minha vida é a alegria. Acho que nunca o encontrei sem um sorriso no rosto. Mesmo em momentos de dificuldades, ou em que uma suposta raiva poderia estar avizinhando seu dia, eu olhava para ele e enxergava um quê a mais, uma superação que vinha traduzida para mim como alegria, como esperança. Ele parecia ser feliz por estar aqui entre nós. Quando penso nele agora, nesta madrugada em que os pássaros começam a acordar e anunciar um novo dia, sinto-me alegre e só penso palavras boas: solidariedade, amizade, desprendimento, riso, festa, celebração. Se uma pessoa passa pela vida e desperta pelo menos um desses sentimentos em alguém, é sinal de que a vida valeu a pena.
Nosso último encontro foi através de uma ligação telefônica. Eu estava em Petrópolis, e ele ligou para meu celular para fazer uma pergunta. Ao final da ligação, desejou-me, com voz sorridente, uma boa viagem. Hoje eu retribuo seu augúrio ao desejar-lhe, em minhas orações, a melhor e mais fantástica viagem de sua vida, rumo aos infinitos mundos da espiritualidade divina.
O meu recado maior é para quem fica. Soraia, Dandara, Cauã, a vida é infinita, porque se sustenta com o fio inquebrantável do Amor. Espero que as sementes de amizade e de alegria plantadas por Marcos em suas vidas sejam lições futuras para vocês, na construção de um mundo melhor para nós todos.


Saquarema, 9 de dezembro de 2008.
Camilo Mota é editor do Jornal Poiésis, membro da Academia Brasileira de Poesia e da Academia de Letras e Artes da Região dos Lagos.

Nenhum comentário: